18 de fevereiro de 2011

MINHAS HISTÓRIAS DOS OUTROS

De família pobre, Zuenir Ventura trabalhou para conseguir estudar, o seu primeiro emprego foi em Friburgo (RJ) como aprendiz de pintor de parede, com seu pai. Depois de faxineiro num bar e num laboratório de prótese dentária; office-boy numa agência bancária, balconista de uma camisaria e, finalmente, professor primário. Dessa experiência surgiu a vontade de cursar Letras, formou-se professor e lecionou por mais de quarenta anos na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Escola Superior de Desenho Industrial, da Universidade do Rio de Janeiro.
Ainda na faculdade começou a trabalhar como arquivista no jornal Tribuna da Imprensa. Tornou-se jornalista quando o diretor-proprietário Carlos Lacerda, ao saber da notícia da morte de Albert Camus, perguntou na redação se havia alguém que pudesse escrever sobre o escritor francês nascido na Argélia. Sem saber onde buscou tamanha ousadia, levantou o dedo: "eu".
Atualmente, é colunista do jornal O Globo e do site NoMínimo. Ganhou os prêmios Esso e Vladimir Herzog de Jornalismo, em 1989, além do Prêmio Jabuti de Reportagem por seu livro Cidade partida, em 1994.
Livro muito bom, pela excelência do texto e a diversidade da narrativa, é como o romance real de uma época em que houve do melhor e do pior: revolução sexual e arrojadas aventuras existenciais, mas também flagelos planetários como a aids e o narcotráfico; depressão e euforia, choro de alegria e de tristeza.
Há momentos cômicos e surpreendentes, como a entrevista com Fidel Castro, que nunca pôde ser publicada ou a foto acidental da calcinha branca de Jacqueline Kennedy. Em suma, o livro é uma fascinante aventura humana.

"Não viemos à Terra para julgar, nem para prender ou condenar, viemos para olhar e depois contar. Não somos juízes, não somos promotores, somos jornalistas, somos testemunhas de nosso tempo, uma testemunha crítica, não necessariamente de oposição, mas implacavelmente crítica."
(Zuenir Ventura)

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