30 de novembro de 2009
FESTIVAL NACIONAL DE CURTÍSSIMA METRAGEM - CLARO CURTAS
O tema do Claro Curtas 2009 é "Ser digital - aprendizado e transformação na sociedade do conhecimento". Os vídeos podem ser feitos com câmeras digitais, celulares, palmtops, GPS e outros dispositivos. O objetivo é promover a difusão de conteúdos digitais em mídias móveis e plataformas de computação e comunicação em geral. Devem ter no mínimo 30 e no máximo 90 segundos de duração. O primeiro lugar receberá R$ 50 mil, e o segundo e o terceiro R$ 30 mil e R$ 15 mil, respectivamente. Qualquer pessoa acima de 18 anos pode se inscrever.
As inscrições e o regulamento no sítio abaixo:
29 de novembro de 2009
A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS
Leia um trecho do livro:
. EIS UM PEQUENO FATO .
Você vai morrer.
Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto, embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim, sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.
. REAÇÃO AO FATO SUPRACITADO .
Isso preocupa você?
Insisto . não tenha medo.
Sou tudo, menos injusta.
. E claro, uma apresentação.
Um começo.
Onde estão meus bons modos?
Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente.
Nesse momento, você estará deitado(a). (Raras vezes encontro pessoas de pé.) Estará solidificado(a) em seu corpo. Talvez haja uma descoberta; um grito pingará pelo ar. O único som que ouvirei depois disso será minha própria respiração, além do som do cheiro de meus passos.
A pergunta é: qual será a cor de tudo nesse momento em que eu chegar para buscar você? Que dirá o céu?
Pessoalmente, gosto do céu cor de chocolate. Chocolate escuro, bem escuro. As pessoas dizem que ele condiz comigo. Mas procuro gostar de todas as cores que vejo o espectro inteiro. Um bilhão de sabores, mais ou menos, nenhum deles exatamente igual, e um céu para chupar devagarinho. Tira a contundência da tensão. Ajuda-me a relaxar.
. UMA PEQUENA TEORIA .
As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, esta muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los.
Já que aludi a ele, o único dom que me salva é a distração. Ela preserva minha sanidade. Ajuda-me a agüentar, considerando-se há quanto tempo venho executando este trabalho. O problema é: quem poderia me substituir? Quem tomaria meu lugar, enquanto eu tiro uma folga em seus destinos-padrão de férias, no estilo resort, seja ele tropical, seja da variedade estação de inverno? A resposta, é claro, é ninguém, o que me instigou a tomar uma decisão consciente e deliberada — fazer da distração minhas férias. Nem preciso dizer que tiro férias à prestação. Em cores.
Mesmo assim, é possível que você pergunte: por que é mesmo que ela precisa de férias? De que precisa se distrair?
O que me traz à minha colocação seguinte.
São os humanos que sobram.
Os sobreviventes.
É para eles que não suporto olhar, embora ainda falhe em muitas ocasiões. Procuro deliberadamente as cores para tirá-los da cabeça, mas, vez por outra, sou testemunha dos que ficam para trás, desintegrando-se no quebra-cabeça do reconhecimento, do desespero e da surpresa. Eles têm (orações vazados. Têm pulmões esgotados.
O que por sua vez, me traz ao assunto de que lhe estou falando esta noite, ou esta manhã, ou seja lá quais forem a hora e a cor. É a história de um desses sobreviventes perpétuos uma especialista em ser deixada para trás.
É só uma pequena história, na verdade, sobre, entre outras coisas:
* Uma menina
* Algumas palavras
* Um acordeonista
* Uns alemães fanáticos
* Um lutador judeu
* E uma porção de roubos
Vi três vezes a menina que roubava livros.”
28 de novembro de 2009
A ARTE DE ROMAIN LAURENT
27 de novembro de 2009
SUPER SIZE ME - DICA DE FIM DE SEMANA
LUGARES PARA CONHECER
Existente há mais de 200 anos, o Jardim Botânico abriga uma coleção com aproximadamente 9 mil espécies da flora nacional e de outras partes do mundo. Já teve entre seus visitantes Albert Einstein e a Rainha Elisabeth II. O acesso pode ser feito pela rua Jardim Botânico, número 1008, no Jardim Botânico. As visitas acontecem de 8h às 17h. Crianças até 7 anos e adultos acima de 60 anos não pagam ingresso.
No Museu de Astronomia e Ciências Afins, o visitante poderá conhecer o Planetário Inflável, participar do Programa de Observação do Céu, assistir a palestras e muito mais. È um programa para toda a família. O horário de visitação é: terça, quinta e sexta-feira de 9h às 17h; quarta-feira de 9h às 21h; sábado de 14h às 21h e domingo e feriado - 14h às 18h A entrada é gratuita. O museu fica na Rua General Bruce, 586, em São Cristóvão
O Espaço Cultural da Marinha, além de suas exposições, proporciona aos visitantes um passeio marítimo à Ilha Fiscal. Na Ilha, o público pode conhecer o castelo que foi palco do último Baile do Império, ocorrido 6 dias antes da Proclamação da República. A embarcação sai do Espaço Cultural da Marinha, na Av. Alfredo Agache s/nº , Praça XV , Centro. A visitação é de 5ª feira à domingo, às 13h, 14h30 e 16h. Os ingressos podem ser comprados nos dias do passeio, das 11h às 16h.
CONHEÇA O ZOOLÓGICO DO RIO
26 de novembro de 2009
3º CONCURSO UNIVERSITÁRIO DE FOTOGRAFIA
Mais informações sobre o concurso e sobre a premiação podem ser vista no site:
25 de novembro de 2009
CONFIRA ALGUMAS PUBLICIDADES CRIATIVAS NO VÍDEO ABAIXO
24 de novembro de 2009
FOTOGRAFIA COM CELULAR
- Descubra todos os recursos que seu aparelho tem: foco, resolução, luminosidade etc.
- Evite fotografar objetos em movimento ou se mexer para que a foto não saia tremida.
- Quando for fotografar uma pessoa, posicione a câmera no nível dos olhos dela. O mesmo vale quando for fotografar crianças e animais de estimação. Deixe a câmera no nível dos olhos deles.
- Fotografe em locais bem iluminados.
- Peocupe-se com o enquadramento, mas não se prenda à fotografia tradicional, colocando o objeto a ser fotografado no centro. Use a criatividade.
- Os celulares costumam ter várias opções de resolução. Use a alta, pois proporciona melhor qualidade.
- Lembre-se: os celulares com câmera nos permitem fotografar em qualquer situação. Entretanto, use o bom senso e, dependendo do caso, peça permissão para fotografar.
23 de novembro de 2009
ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O CURSO DE TREINAMENTO DA FOLHA DE SÃO PAULO
Os interessados devem acessar o endereço:
USO DA CRASE
Assim, é erro grave colocar crase antes de nomes masculinos ou verbos ou pronomes, pois esses termos (salvo em raras exceções) não admitem artigo feminino. Estão erradas as construções: Vou à pé, ele está à sair, entrega à domicílio, venda à prazo, direi à ela, não contou à ninguém. Também não se usa crase quando a preposição a estiver seguida de palavra no plural: discursou a autoridades, presta socorro a vítimas. O mesmo vale para expressões em que já houver uma preposição antes da preposição a: foram até a praça, ficaram até as 19h.
Há uma regra geral que dá conta da maioria dos casos: troque a palavra feminina por outra masculina. Se na substituição for usada a contração ao, haverá crase. Caso contrário, não: estar à janela porque se diz estar ao portão; às três horas porque se diz aos 42 minutos; entregou o documento a essa mulher porque não se diz entregou o documento ao esse homem; assistiu a uma boa peça porque não se diz assistiu ao um bom filme.
Em algumas poucas expressões é difícil substituir o termo feminino por outro masculino. Nesses casos, troque o a por uma outra preposição e veja se o artigo sobrevive: O carro virou à direita porque se diz o carro virou para a direita.
A substituição do feminino pelo masculino também não funciona para nomes de países ou cidades. Para saber se ir a Roma leva crase, substitua os verbos ir ou chegar por vir ou voltar. Se o resultado for a palavra da, haverá crase: Vou à França porque volto da França, mas vou a Roma porque volto de Roma.
Há crase antes de palavras masculinas se estiver subentendida a expressão à moda de ou à maneira de: móveis à Luís 15, filé à Chateaubriand. Também se pode dizer: Vou à Saens Peña. Neste caso, está subentendido o termo praça.
A crase também deve ser usada em locuções adverbiais com termos femininos: às vezes, às pressas, à primeira vista, à medida que, à noite, à custa de, à procura de, à proporção que, à toa, à uma hora (uma é numeral e não artigo indefinido). Nestes casos, a regra geral de substituir por palavra masculina não funciona.
Em outras locuções, como à vela, à bala, à distância, à mão, à máquina, à vista o uso da crase é optativo. Serve para esclarecer o sentido da frase. Receber a bala pode significar receber a bala no corpo ou receber os visitantes à bala. Aqui também não funciona a regra geral de substituir por palavra masculina.
Nomes de países ou cidades femininos que normalmente repelem o artigo levam crase se estiverem qualificados: Voltou à Roma de César; Viajou à bela Paris.
É possível usar crase em pronomes demonstrativos aquele, aquilo, aquela, a, as: Ele não se referiu àquele deputado; O presidente se dirigiu àquela casa; O padre nunca se adaptou àquilo; A capitania de Minas Gerais estava ligada à de São Paulo; Falarei às que quiserem me ouvir. Haverá crase se houver necessidade do uso de preposição antes do pronome.
Fonte: Manual de Redação da Folha de São Paulo.
22 de novembro de 2009
MULHERES QUE MUDARAM O MUNDO
21 de novembro de 2009
WORTH 1000
Você pode ver mais acessando o site abaixo:
20 de novembro de 2009
SETE VIDAS - DICA DE FIM DE SEMANA
Assista a um trecho do filme:
19 de novembro de 2009
PLAGIAR É CRIME
Você pode ler o Código de Ética dos Jornalistas no link abaixo:
DICAS PARA SER BEM SUCEDIDO EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO
- Procure chegar com antecedência à entrevista. Pontualidade é essencial;
- Cuide da aparência de forma a não passar uma imagem desleixada. Por exemplo, a barba deve estar bem feita, os cabelos cortados, as unhas limpas e aparadas.
- Dê preferência a roupas sociais;
- Utilize preferencialmente trajes com cores neutras;
- As mulheres devem evitar abusar da maquiagem;
- O celular deve ser desligado no momento da entrevista;
- Procure conhecer a empresa antes da entrevista;
- Anuncie sua presença somente 15 minutos antes do horário combinado;
- Procure memorizar o nome do entrevistador;
- Leve seu currículo impresso e atualizado.
18 de novembro de 2009
A LUTA PELO FURO DE REPORTAGEM: GLOBO X RECORD
Na manhã seguinte após o blecaute do dia 10 de novembro, as emissoras de TV buscavam explicações para o ocorrido. A tentativa de uma entrevista ao vivo com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, fez com que as repórteres Camila Bomfim (da GloboNews) e Venina Nunes (da Rede Record) se desentendessem. O vídeo mostra o episódio transmitido ao vivo pelo programa "Hoje em Dia" da Rede Record na manhã do dia 11 de novembro e nos deixa a pergunta:
Até que ponto a busca pela informação pode chegar de maneira a não ferir a ética?
17 de novembro de 2009
INVENÇÃO DA FOTOGRAFIA
Em 1826, o inventor e litógrafo francês Joseph Nicéphore Niépce fez a primeira fotografia, uma imagem produzida em uma placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judeia. Para produzir essa imagem foram necessárias oito horas de exposição à luz solar, um processo que Niépce chamou de "heliografia", gravura com a luz do Sol. Veja a fotografia:
15 de novembro de 2009
VIVER PARA CONTAR
Leia um trecho do livro:
"Minha mãe pediu que fosse com ela vender a casa. Havia chegado a Barranquilla naquela manhã, vinda do povoado distante onde morava minha família, e não tinha a menor ideia de como me encontrar. Perguntando aqui e ali entre os conhecidos, indicaram que me procurasse na Livraria Mundo ou nos bares vizinhos, onde eu ia duas vezes por dia conversar com meus amigos escritores. Quem deu a indicação avisou: “Vá com cuidado porque são uns doidos varridos.” Chegou ao meio-dia em ponto. Abriu passagem com seu andar ligeiro entre as mesas repletas de livros, plantou-se na minha frente olhando-me nos olhos com o sorriso pícaro de seus melhores dias, e antes que eu pudesse ter qualquer reação disse:
— Sou sua mãe.
Alguma coisa havia mudado em minha mãe que me impediu de reconhecê-la à primeira vista. Tinha quarenta e cinco anos. Somando seus onze partos, havia passado quase dez anos grávida e pelo menos outros tantos amamentando seus filhos. Tinha ficado completamente grisalha antes do tempo, os olhos pareciam maiores e mais atônitos atrás de seus primeiros óculos bifocais, e guardava um luto fechado e sério pela morte de sua mãe, mas ainda conservava a beleza romana de seu retrato de casamento, agora dignificada por uma aura outonal. Antes de qualquer coisa, antes mesmo de me abraçar, ela disse com seu estilo cerimonioso de sempre:
— Venho pedir a você que por favor me acompanhe para vender a casa.
Não precisou dizer qual, nem onde, porque para nós só existia uma casa no mundo: a velha casa dos avós em Aracataca, onde tive a boa sorte de nascer e onde não tornei a morar desde que fiz oito anos. Eu acabava de abandonar a faculdade de direito depois de seis semestres, dedicados sobretudo a ler o que caísse em minhas mãos e a recitar de memória a poesia irrepetível do Século de Ouro espanhol. Já havia lido, traduzidos e em edições emprestadas, todos os livros que teriam me bastado para aprender a técnica de romancear, e tinha publicado seis contos em suplementos de jornais, que mereceram o entusiasmo de meus amigos e a atenção de alguns críticos. Ia fazer vinte e três anos no mês seguinte, havia fugido do serviço militar e era veterano de duas blenorragias, e fumava cada dia, sem premonições, sessenta cigarros de um tabaco feroz. Alternava meus ócios entre Barranquilla e Cartagena das Índias, na costa caribenha da Colômbia, sobrevivendo feito um nababo com o que me pagavam pelos textos diários no El Heraldo, ou seja, quase menos que nada, e dormia o mais bem acompanhado possível onde quer que a noite me surpreendesse. Como se a incerteza sobre minhas pretensões e o caos da minha vida não fossem suficientes, um grupo de amigos inseparáveis estava disposto a publicar uma revista temerária e sem recursos que Alfonso Fuenmayor planejava fazia três anos. O que mais eu podia querer da vida? "
14 de novembro de 2009
A ARTE DIGITAL DE ERIK JOHANSSON
13 de novembro de 2009
DICA DE FIM DE SEMANA - JOGOS MORTAIS VI
DIA MUNDIAL DA GENTILEZA
- Faça uso das palavras mágicas: bom dia, por favor, com licença, obrigada;
- Elogie com mais frequência do que critica;
- Pratique a arte da paciência;
- Seja solidário e companheiro.
E lembre-se sempre:
12 de novembro de 2009
DICAS PARA TER UM DESEMPENHO MELHOR NOS ESTUDOS
- Dormir ao menos oito horas ininterruptas todos os dias;
- Não estudar de madrugada (para uma melhor concentração no dia seguinte);
- Estudar todos os dias;
- Praticar exercícios;
- Sair com os amigos nos momentos de lazer;
- Viajar nas férias;
- Se afastar de todos os vícios.
Com essas dicas, você poderá ter um rendimento bem melhor em seus estudos.
11 de novembro de 2009
GAFES JORNALÍSTICAS
10 de novembro de 2009
FOTÓGRAFOS ESPECIAIS
O fotógrafo baiano Evandro Teixeira é conhecido internacionalmente por seu trabalho. Já fez a cobertura dos principais fatos políticos, sociais e esportivos do país e do mundo e expôs suas fotografias em lugares como Paris, Madri, Cuba, México, Buenos Aires e Bogotá. Seus trabalhos também podem ser vistos nos livros "Evandro Teixeira - Fotojornalismo", lançado em 1982; "Canudos 100 Anos",lançado em 1997 e no livro “68 destinos – passeata dos cem mil”, lançado em 2008.
Ganhador dos principais prêmios de fotografia do mundo, o mineiro Sebastião Salgado estudou economia na Universidade de São Paulo, tornando-se mestre em economia em 1968. A paixão por fotografar surgiu numa viagem para a África. Foi nomeado como representante especial do UNICEF em 2001, por seu trabalho ter a preocupação de expor a vida das pessoas excluídas.
O francês Henri Cartier-Bresson, considerado por muitos o pai o fotojornalismo, foi um dos fundadores da Magnum, uma das agências fotográficas mais importantes do mundo. Uma das caracteristicas do seu trabalho é a captura de cenas do cotidiano no momento exato, o que Bresson chamava de “momento decisivo”. O fotógrafo morreu em 2004.
O trabalho do fotógrafo norte-americano James Nachtwey é marcado pelas fotografias de guerra. Seu trabalho pode ser visto no documentário “War Photographer”, lançado em 2001 e onde o espectador tem a chance de acompanhar o trabalho de Nachtwey durante os conflitos de Kosovo, Palestina e Indonésia.
9 de novembro de 2009
CAMPANHA NATAL SEM FOME DOS SONHOS 2009
Os brinquedos arrecadados serão doados às crianças dos bolsões de pobreza onde atuam os comitês da Ação da Cidadania e os livros serão enviados para os Espaços de Leitura nas periferias de 12 estados brasileiros.
8 de novembro de 2009
EU SEI, MAS NÃO DEVIA
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma."